Mais de 600 pontos de venda em sete países, cerca de 1,5 milhão de óculos vendidos por ano e um faturamento que bateu a casa dos R$ 500 milhões em 2013. Os números que cercam a Chilli Beans impressionam, mas o mais incrível é pensar que tudo isso nasceu no porta-malas de uma Parati, 17 anos atrás.
A empresa surgiu mais de uma necessidade do que de uma ideia, segundo o fundador da marca, Caio Gomes Pereira Filho, o Caito Maia. Na época de sua criação, o jovem estudava música nos Estados Unidos, e aos poucos foi ficando sem dinheiro para se manter no exterior. A saída que encontrou para continuar financiando seus estudos foi viajar periodicamente ao Brasil e vender óculos escuros, a bordo da perua da Volkswagen.
“Eu tinha uma banda e já havia participado de vários shows e até do VMA [Vídeo Music Awards]. Porém, passei algumas dificuldades e comecei a vender óculos para meus amigos, primeiramente. Com o tempo, isso acabou virando um negócio, e comecei a ganhar mais dinheiro com ele do que como músico profissional”, lembra.
Este foi um dos momentos cruciais de sua carreira, pois se viu obrigado a fazer uma escolha. Hoje, parece difícil acreditar que Caito tenha se deparado com algo parecido com um dilema: a marca faturou meio bilhão de reais no ano passado, um crescimento de mais de 30% em relação a 2012. No começo, porém, Caito basicamente comprava no atacado e vendia no varejo.
A ideia de criar algo próprio só surgiu após levar calote de um cliente. “A partir de então, eu percebi a necessidade de criar minha própria marca, de ter um nome para defender”, diz.
Um nome, aliás, muito ligado a criatividade. Uma das revoluções que a Chilli Beans promoveu no mercado – o uso de quiosques em shoppings – surgiu da falta de recursos. Simplesmente, não havia dinheiro para montar uma loja convencional. “A saída para operarmos no shopping foi o quiosque, cujo custo-benefício era o possível. E em pouco tempo ele virou um sucesso nos corredores.”
Além disso, logo de cara a empresa inovou o conceito de ótica, permitindo que o cliente pegasse e experimentasse os produtos, sem vitrine nem cadeados. “Criamos uma cara própria para a empresa, e em pouco tempo surgiu o interesse de uma pessoa franquear. Não tinha essa ideia, porque ainda era um negócio pequeno, mas então fui atrás e me informei sobre como fazer e replicar o modelo de negócio”, afirma.
Sem experiência na área administrativa, Caito optou por contratar uma equipe de especialistas no setor, que ajudou a criar um plano de negócios de longo prazo. Passados 17 anos, ele se sente mais confortável para dar dicas a quem quer ser um franqueado da marca.
“A inovação é sempre nossa aposta, uma cultura forte e o engajamento da equipe. Claro que características como experiência em varejo e perfil empreendedor fazem diferença, mas na Chilli há uma peculiaridade: ou o franqueado ama o negócio, e realmente se envolve na operação, ou não dá certo.”
Fonte: Portal Terra
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