Cairê Aoas espera mais de 25 mil pessoas em quatro dias de festa no espaço no Anhembi

No início dos anos 2000, num tempo ainda sem redes sociais, um camarote de Carnaval foi o responsável por promover a reabertura do histórico Bar Brahma, que tinha passado um tempo de portas fechadas.Mais de 20 anos depois, o Camarote Bar Brahma (CBB) ainda é um dos mais relevantes no sambódromo do Anhembi, reunindo grandes nomes do samba, celebridades e empresários. Em 2023, serão R$ 30 milhões em investimento só para botar a festa de pé.

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“O Carnaval de São Paulo tem crescido muito. Considerando sambódromo, as festas de clube e blocos de rua na maior capital do país, já é um dos mais relevantes. Aquele público do interior que ia para Salvador ou para o Rio descobriu uma alternativa mais barata, segura e limpa, com outras opções de passeio e gastronomia”, diz Cairê Aoas, sócio da Diverti, a produtora do CBB. “O evento em si foi um jeito de colocar a melancia na cabeça e chamar a atenção para a reabertura do bar, numa época em que o centro começou a ficar degradado e as pessoas tinham medo de ir.”

Situado na esquina consagrada por Caetano Veloso, no encontro da Ipiranga com a avenida São João, o Bar Brahma já reuniu boêmios da magnitude de Adoniran Barbosa e Ari Barroso, frequentadores do estabelecimento nos anos 50. Com a mudança do centro financeiro da capital para a zona oeste/sul e outros fatores sociais, o espaço fundado em 1948 por uma família de imigrantes alemães para servir joelho de porco e chucrute foi deixando de ser frequentado e, em 1990, teve de fechar. Só em 1997 reabriu as portas.

É uma história que Cairê conhece bem. O empresário ganhou espaço na cena cultural de São Paulo com a Fábrica de Bares, empresa que administra ao lado do pai, Álvaro Aoas. Com o negócio, restauraram bares históricos da cidade como o Riviera, que nunca fecha as portas, os tradicionais Bar Léo, fundado em 1940, e o Filial, na Vila Madalena.

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Ao lado do argentino Facundo Guerra, Cairê também foi responsável pelo projeto do Bar dos Arcos e por trazer o Blue Note ao Brasil — o pub de jazz foi aberto em parceria com sócios como Luiz Calainho e Marcelo Megale. Neste ano, a Fábrica de Bares se prepara para reinaugurar a Love Story, também em parceria com Guerra e Lily Scott— o tradicional inferninho do centro, voltado ao público LGBTQIA+, reabrirá as portas rebatizada como Love Cabaré.

Outro projeto de Cairê, a revitalização do histórico hotel Marabá, fará parte da festa. Durante os dias de folia, o espaço se chamará Hotel Bar Brahma (com chope incluso para quem se hospedar por lá).

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Com a demanda reprimida pelos anos de pandemia, o CBB espera que entre 25 mil e 30 mil pessoas circulem pelo espaço do Anhembi nos dias 17, 18, 19 e 25 de fevereiro. Os organizadores não falam sobre faturamento, mas é possível ter uma ideia de volume considerando que o tíquete médio dos ingressos é de R$ 1,6 mil, mas há parte disso em parcerias. A Brahma é, naturalmente, a patrocinadora oficial do evento — que tem licenciamento para usar a marca, mas não se compromete com exclusividade.

Na programação dos quatro dias de festa, o CBB recebe em seu palco alguns dos maiores nomes do samba brasileiro. Na programação, estão confirmados Ivete Sangalo, Sorriso Maroto e a dobradinha de Alexandre Pires com Seu Jorge, pela turnê “Irmãos”, presentes no evento pela primeira vez, além de de artistas que batem ponto no espaço há anos, como Zeca Pagodinho, Péricles, Diogo Nogueira e Pixote.

 

Por Manuela Tecchio
Fonte: Pipeline Valor
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