“Essas oito taxas negativas consecutivas contabilizam 6,8% de perda. É provavelmente a maior perda acumulada. É a maior sequência de taxas negativas [ da série, iniciada em 2000”]”, analisou Isabella Nunes, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.
Em relação a setembro do ano passado, o comércio registrou retração de 6,2%. De acordo com o IBGE, a taxa é a maior nessa base de comparação para os meses de setembro e a segunda maior de toda a série, ficando atrás apenas do indicador de março de 2003, quando a baixa foi de 11,4%.
No ano, de janeiro a setembro, o setor acumula queda de 3,3% nas vendas e, em 12 meses, de 2,1%.
Com a queda de 0,5% em setembro, as vendas do varejo estão 9,2% abaixo do ponto mais alto da série, alcançada em novembro de 2014.
“A redução de compra está ligada à redução da renda, à redução de crédito e à pressão inflacionária. São esses três que podem explicar a redução do consumo doméstico”, disse Isabella.
A maioria dos segmentos mostrou baixa nas vendas de agosto para setembro, com destaque para veículos, motos, partes e peças, que recuaram 4%, outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,7%), entre outros.
O ramo de supermercados, alimentos e bebidas, que mais pesa sobre o desempenho do varejo brasileiro ficou quase estável, apontando uma ligeira alta de 0,1%.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, as oito atividades do varejo pesquisadas pelo IBGE registraram recuo. As vendas de móveis e eletrodomésticos caíram mais do que todas as outras: 17,9%, seguidas por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%).
No terceiro trimestre do ano, as vendas do varejo mostraram queda de 5,7%. Segundo Isabella Nunes, este é o pior resultado para o trimestre desde 2003, quando recuou 6,1%.
Varejo ampliado
O varejo ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou queda ainda maior em relação a setembro de 2014: 11,5%. No ano, a retração acumulada é de 7,4% e, em 12 meses, de 6%.
Assim como no “varejo não ampliado”, o desempenho do segmento reflete o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que caíram quase 22%.
“Quando observa o ampliado, a situação é ainda um pouco mais crítica. Envolvem também expectativa dos empresários em relação à situação”, disse Isabella.
Queda no Maranhão
De agosto para setembro, o comércio vendeu mais em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Maranhão (-5,3%) e Mato Grosso do Sul (-3,0%). Na contramão, o varejo registrou taxas positivas em São Paulo (1,5%) e em Alagoas (1,7%).
Já na comparação com setembro de 2014, o volume de vendas caiu em todos os estados. A exceção foi Roraima, onde as vendas subiram 2%. No Amapá, a baixa foi de 18,9%, na Paraíba, de 15% e, em Alagoas, de 13,2%.
Receita nominal
Na comparação com agosto, a receita nominal do comércio subiu 0,1%. No ano, acumula alta de 3,5% e, em 12 meses, de 4,5%.
Fonte: G1
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