Criada por Roberto Josua, fintech de cartões corporativos já movimenta mais de R$ 1,3 bi

O empreendedor Roberto Josua vendeu sua participação na Dock — o unicórnio antes conhecido como Conductor, que ajudou a fundar — à Riverwood Capital há quase oito anos, mas manteve sob o controle familiar uma pequena fintech de cartões pré-pago que agora começa a aparecer. A ideia é competir com startups como a mexicana Clara, a capitalizada fintech de cartões corporativos que vem investindo fortemente na expansão no Brasil.

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Nascida em 2011, o Pagcorp começou seu negócio oferecendo um cartão pré-pago white label para clientes como Ipiranga e Lojas Americanas, mas o modelo não vingou. A trajetória só começou a mudar quando os Josua atenderam a demanda de um cliente que precisava de um cartão corporativo com mecanismos de gestão em tempo real para fornecer aos funcionários.

Com uma estratégia que parece talhada ao inverno tenebroso da indústria de venture capital, 8 Pagcorp sempre apostou na geração de caixa para conduzir a operação – um cliente só é integrado à base se for rentável, garante Liliane Josua, a sócia e diretora comercial que entrou na fintech a convite do pai.

“Operamos com Ebitda positivo já há algum tempo. Não se pode ser rentável apenas quando bater 1 milhão de cartões”, disse a executiva. Para monetizar a base, o Pagcorp fica com uma fatia da taxa de intercâmbio das transações por cartão. Nos clientes maiores, isso basta para tornar o contrato rentável para a fintech. Nos clientes de menor porte, porém, a companhia cobra uma taxa de assinatura para a conta fechar.

A companhia, que nunca fez uma rodada externa de investimento e é financiada pelo dinheiro dos fundadores, vem ganhando tamanho. Atualmente, passa de 300 mil os cartões corporativos emitidos, com 2 mil clientes. Os cartões da startup, controlada pela holding AGC Pagamentos, já movimentam um TPV anual R$ 1,3 bilhão e o negócio segue crescendo, em média, 150% ao ano.

Com os cartões do Pagcorp, os clientes corporativos podem gerenciar os limites de gastos de cada funcionário e, se necessário, até dedicar os gastos de um determinado plástico a estabelecimentos específicos, como postos de gasolina.

“Nosso diferencial é um sistema de hierarquias, com vários níveis de aprovação pelos gestores. O funcionário também pode fazer em tempo real a prestação de contas e o gestor já consegue integrar o Pagcorp ao software ERP”, explica a diretora comercial.

A ideia da família Josua é tornar o negócio mais conhecido para manter os ganhos de escala. A fintech não abre o faturamento, mas diz que é possível continuar crescendo. Além dos cartões corporativos do Pagcorp, a AGC também conta com uma vertical de banking as a service, que ajuda clientes a desenvolverem meios de pagamentos (como maquininhas) whilabel.

O Pagcorp aposta no tino empreendedor da família para alavancar um tipo de negócio que só se tornou sexy nos últimos anos, com a chegada da Clara ao Brasil e o sucesso de startups como a Brex, dos jovens bilionários brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, nos Estados Unidos.

Na família Josua, a Dock não é o único case de sucesso. Ricardo, irmão de Liliana, é o fundador e CEO da Pismo, que desenvolve uma gama de produtos vitais para o funcionamento de bancos digitais. No ano passado, a Pismo levantou US$ 108 milhões numa rodada concorridíssima, atraindo investidores como Softbank, Amazon, Accel Partners e a brasileira B3

 

Fonte: Pipeline valor
No Pagcorp, o fundador da Dock quer concorrer com os cartões da Clara
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