Varejista de móveis montou unidade com mais de quatro mil metros quadrados para ser uma extensão de sua loja online e vencer desconfiança dos consumidores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Mobly inaugurou no dia (12) de julho sua primeira loja física em São Paulo. A varejista de móveis, que ficou famosa pelos preços baixos e produção de conteúdo para redes sociais, abriu uma megastore de 4.500 metros quadrados. A NOVAREJO visitou o novo espaço e viu ambientes instagramaveis, espaços de coworking e, claro, muitos móveis. A empresa investiu R$6,5 milhões na unidade.

A Mobly quis fazer de sua unidade física uma extensão do e-commerce. Os sofás, guarda-roupas e camas não têm etiquetas com o preço e sim códigos QR que levam à página do produto no site oficial. Cada ambiente decorado conta com um tablet que exibe os detalhes dos produtos dispostos ali.

A ideia da loja é ser multicanal. Os consumidores podem pagar usando o celular e receber os produtos em casa ou pagar de maneira tradicional, no caixa. Haverá ainda a opção do self checkout, revela o CEO da Mobly, Victor Noda. Mas ainda não é possível comprar sem passar pelo caixa.

Além dos tablets em cada ambiente decorado, foram espalhados também alguns totens para navegação no e-commerce. As telas exibem conteúdo da marca quando não são usadas. Os consumidores podem usar as telas gigantes para adicionar produtos ao carrinho e finalizar a compra em outro aparelho.

Por que uma loja física?

Fundada no fim de 2011, a Mobly se estabeleceu bem no online, onde já vendeu para mais de 2,5 milhões de clientes. Porém, a marca sentiu que a atuação apenas no online limitava o crescimento da empresa, ainda mais em um segmento dominado pelas lojas físicas, já que os consumidores querem ter contato com os produtos e o ticket médio é elevado.

Em 2018 a Mobly faturou R$ 300 milhões e cresceu 50% em relação a 2017, mas ainda há muita margem para o crescimento da empresa. Cerca de 7% das pessoas que ligam no call center da companhia perguntam onde podem ter contato físico com os produtos. Uma pesquisa feita pela própria varejista de móveis mostrou que apenas 10% dos consumidores lembravam da Mobly quando pensam em lojas de móveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para Victor Noda, CEO da Mobly, o físico ajuda a fortalecer a marca, mas o foco da empresa continua no online. “O online é nosso negócio, é nossa estratégia e é o que a gente acredita. Esta é uma expansão do online”, afirma. Ele explica que não há como desvincular o digital do físico na loja. “Mesmo a compra feita aqui dentro é digital, ela volta para o online”.

Consumidores tradicionais atendidos
Quem prefere o varejo tradicional também não sai desapontado. A Mobly tem uma equipe de vendedores para atender os visitantes. Se o consumidor quiser, terá uma experiência muito similar a qualquer outra loja: pode ser atendido por um vendedor, pegar seu carrinho, passar no caixa e levar os produtos pra casa.

Noda sabe que o maior receio do consumidor é comprar um móvel pela internet sem ver o produto de perto e que este é um dos principais motivos para o investimento na loja física. “O que a gente queria era trazer uma experiência em que o cliente pudesse ver a qualidade do produto porque a gente sabe que ele sofre com isso, especialmente na nossa categoria”.

Estratégia para atrair os consumidores

Agora que a loja foi inaugurada começa o desafio que todo varejista enfrenta: atrair o público. Como levar os internautas a sua loja física a Mobly já sabe e aposta na produção de conteúdo para alcançar os consumidores. Porém, a marca é iniciante no físico e vai precisar encontrar o caminho para chamar visitantes.

A enorme fachada chama atenção de quem passa em qualquer sentido da Marginal Pinheiros, até dos motoristas que dirigem no sentido Santo Amaro, lado oposto ao da Mobly. Mas a boa localização não é o único trunfo da varejista para atrair consumidores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Mobly vai apostar na promoção de eventos gastronômicos e oficinas, além de oferecer consultoria para quem quer decorar a casa. A loja já nasce com três salas dedicadas a reuniões com arquitetos. A ideia é que os consumidores levem os profissionais que contrataram para discutir ideais e contar com a ajuda dos vendedores para encontrar os produtos mais adequados para os projetos. Por enquanto, a Mobly não presta consultoria. Apenas por enquanto. Noda conta que a intenção é ter consultores à disposição dos clientes no futuro.

Tecnologia

A nova unidade conta com duas tecnologias para dar à Mobly poder analítico. A primeira funcionalidade é um mapa de calor que mostra os locais onde os consumidores mais visitam. Com esse dado a empresa pode ajustar a disposição dos produtos na loja de maneira mais assertiva. Para a inauguração da loja com toda tecnologia embarcada foram firmadas mais de dez parcerias.

Um contador de fluxo também já foi instalado. Como a empresa nasceu no online, a capacidade analítica é muito importante, já que é um fator importantíssimo para qualquer e-commerce. No futuro a loja vai contar com a tecnologia RFID, que identifica os produtos por radiofrequência e vai permitir que os clientes não passem pelos caixas para fazer o checkout.

Expansão

A primeira loja mal foi inaugurada e a empresa já sonha com outras unidades. Victor Noda diz que expandir a presença física da Mobly está nos planos da empresa. A companhia não responde quando, onde e como se darão futuras inaugurações e condiciona esses três fatores ao desempenho da loja da Avenida das Nações Unidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Escrito Por Leonardo Guimarães
Fonte: Newtrade

 

Nativa digital, Mobly inaugura megastore em São Paulo
Open chat