A estimativa é feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A expectativa é que os shoppings concentrem um terço das vendas

A data que mais movimenta o comércio no primeiro semestre do ano, o Dia das Mães, deve registrar aumento, se comparado ao ano passado, de 3,8% (já descontada a inflação). Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), este crescimento equivale cerca de R$9,7 bilhões para a economia.

Estimativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) aponta crescimento do movimento do varejo da capital paulista em cerca de 2% em relação ao mesmo período de 2018. Tradicionalmente, os segmentos mais procurados no Dia das Mães são os de roupas, calçados, flores, perfumaria e joalheria. O Dia das Mães é a segunda data mais importante do setor, depois do Natal.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), os shopping centers despontam como o principal centro de compra do Dia das Mães deste ano: mais de um terço (34%) dos consumidores devem realizar a maior parte das compras nesse tipo de estabelecimento. “Estamos confiantes que teremos bons resultados em vendas e fluxo de pessoas para a data”, afirma André Lupo, Diretor Executivo de Operações da Sonae Sierra Brasil.

A porcentagem de pessoas que pretendem presentear suas mães no próximo domingo caiu um ponto porcentual e atingiu 62% – ante os 63% em 2018 –, enquanto os que não pretendem presentar continuam os mesmos 20% do ano anterior. É o que aponta a sondagem realizada no dia 3 de maio com 1,12 mil entrevistados na capital paulista pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Ainda conforme a amostragem, dos 20% que não pretendem presentar a mãe, 10% estão desempregados e 42% não têm condições financeiras ou estão endividados. Outros 29% alegaram outros motivos para não comprar o presente. Contudo, 52% responderam que poderiam aproveitar um preço menor, ainda que depois da data comemorativa. A pesquisa também aponta que 42% consideram o momento ruim para presentear. Em 2018, o porcentual foi de 40%. Já os que consideram o momento apropriado para ir às compras caiu de 35% para os atuais 29%.

Rio e São Paulo
Um levantamento da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) aponta que a segunda data comercial mais importante do varejo – que perde apenas para o Natal – vai ser tímida nas principais cidades do interior paulista, variando de 2% a 3%. “Esse é o ritmo que o comércio vem apresentando desde o início do ano, então é difícil escapar dessa faixa de crescimento”, aponta Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Dados de uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), mostram uma média maior de crescimento na data. De 500 empresários entrevistados, 71% estima vender de 3% a 5% a mais neste ano. Segundo este mesmo estudo, é esperado um gasto médio de 100 reais em presentes pelos cariocas.

Produtos
A pesquisa da CDLRio mostra ainda a tendência de uma expansão para roupas, calçados e perfumes e menor entre eletroeletrônicos, que ou vão crescer pouco ou apresentarão desempenho negativo. O levantamento da FecomercioSP aponta que o valor médio a ser gasto com presentes caiu de R$ 284 para os atuais R$ 245. Ainda de acordo com o levantamento, os itens de vestuário, calçados e acessórios (34%); seguido de perfumes e cosméticos (18%); e eletrodomésticos (7%) devem ser os mais procurados pelos filhos. Em 2018, as procuras foram de 35%, 15% e 9%, respectivamente.

Mães e filhos estão em sintonia em relação a presentes, pois, coincidentemente, vestuário, calçados e acessórios (21%); perfumes e cosméticos (13%); e eletrodomésticos (11%) também são os produtos mais desejados por elas para 2019.

A sondagem mostra ainda que 95% dos paulistanos não pretendem contrair dívidas ou entrar em financiamentos para presentear a mãe, contra 81% no ano passado. Já os que esperam fazer o pagamento à vista caiu de 80% para os atuais 70%. A tendência ao pagamento com o cartão de crédito subiu de 19% para 28% em 2019, o maior porcentual desde 2012.

Cautela

As quedas da confiança do consumidor e da intenção do consumo também refletiram na expectativa do comerciante. Dos cem lojistas entrevistados na capital paulista em 3 de maio, 45% deixaram seu estoque igual ao de 2018 para a data comemorativa; 29% diminuíram o número de mercadorias; e 26% aumentaram as compras. Em relação aos preços praticados, 55% afirmaram estarem iguais aos do ano anterior, enquanto 25% aumentaram e 20% reduziram o valor dos produtos. Quanto à forma de pagamento, 66% acreditam que os clientes utilizarão o cartão de crédito, seguido de pagamento à vista (33%).

Metade dos comerciantes analisados (50%) disse que está realizando promoções de Dia das Mães. Entre essas promoções, 72% disponibilizaram descontos especiais, seguidos de ofertas especiais e sorteios de brindes, ambos com 18%. O resultado vai ao encontro da recomendação da FecomercioSP: realização de promoções, ainda que para isso seja necessário diminuir a margem de lucro. Outra forma de atrair o cliente e garantir a venda é oferecer desconto no pagamento em dinheiro, boleto ou débito, o que ainda ajuda no giro de fluxo de caixa. O setor de perfumaria ainda tem a possibilidade de oferecer os produtos no Dia dos Namorados. Mas eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo, só terão mais chances na Black Friday, ainda distante.

 

Escrito Por: Raphael Coraccini
Fonte: Novarejo

 

 

Dia das Mães deve colocar mais R$ 10 bilhões na economia nacional
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