Companhia, que não acessava mercado desde IPO, quer capital para M&A e crescimento orgânico

 

A Arezzo acaba de anunciar um follow-on inteiramente primário, em que pretende captar até R$ 830 milhões, considerando o hot issue e a última cotação. É a primeira vez que a companhia acessa o mercado desde o IPO, em 2011.

A precificação será dia 3 de fevereiro – simbolicamente, 11 anos e um dia depois do IPO da companhia. Na listagem, as ações foram vendidas a R$ 19. No fechamento de ontem, valiam R$ 81,91 (na máxima, em julho do ano passado, chegaram a R$ 100,81). O valor de mercado passou de R$ 1,7 bilhão na listagem para atuais R$ 7,4 bilhões.

A Arezzo quer capital para o crescimento orgânico – abertura de lojas, investimento em centros de distribuição e tecnologia – e aquisições. A companhia dos Birman tem sido ativa na proposta de se tornar uma casa de marcas, acelerada com a compra da Reserva em 2020. Desde então, adquiriu também a marca de streetwear Baw e da Carol Bassi, dedicada à moda feminina.

Depois de tentar comprar a Hering, a Arezzo ensaiou uma aproximação do grupo Soma no final do ano passado. Curiosamente, ontem o papel da Soma disparou mais de 9,7%, o que foi creditado a uma recomendação de compra dada pela XP. Arezzo subiu 5,4%. Segundo fontes, não houve avanços entre as duas na época e não há conversas em curso nesse momento.

Na última década, a Arezzo cresceu usando sua própria geração de caixa e gestão de dívida. Quando chegou à bolsa, reportou um balanço com R$ 571 milhões de receita líquida e R$ 65 milhões de lucro líquido no ano de 2010. Hoje esse volume é menor que uma receita trimestral da companhia – no terceiro trimestre de 2021, último divulgado, foi R$ 778 milhões, com lucro líquido de R$ 77,5 milhões.

No follow-on, a oferta base é de 7,5 milhões de ações (cerca de R$ 615 milhões na cotação atual), com lote adicional de até 35%. Itaú BBA, BTG Pactual, Bank of America, XP Investimentos, Santander e UBS-BB são os coordenadores.

Outros três follow-ons estão na rua. Braskem precifica a oferta hoje, numa operação em que Petrobras e Novonor (ex-Odebrecht) estão vendendo ações, e BRF precifica na terça que vem, em operação primária. A Equatorial lançou hoje a operação, como antecipado pelo Pipeline na semana passada, reduzindo um pouco a pretensão para o hot issue e mantendo a oferta base em R$ 2 bilhões. A precificação será no dia 8 de fevereiro. Ao menos outras duas empresas avaliam lançar oferta em breve.

 

Escrito Por: Maria Luíza Filgueiras
Fonte: Pipeline valor
Arezzo quer captar até R$ 830 milhões em sua primeira oferta em 10 anos
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