Por Fatima Merlin, especialista em Gerenciamento por Categoria
Predizer o futuro é algo realmente desafiador. Porém, nos dias atuais, diante de um ambiente em profunda transformação, esta necessidade se torna eminente.
O crescimento no uso de tecnologias para os mais variados fins, vêm modificando a forma com que as pessoas se relacionam, com que acessam informações sobre produtos e serviços, sobre lojas, com que compram e, vem alterando, inclusive, a forma com que as empresas realizam negócios.
Tecnologias estas que estão cada dia mais presentes em todos os aspectos de nosso cotidiano com impactos profundos em todos os aspectos.
Do lado do marketing e comunicação – mais do que “consumir” conteúdos e campanhas produzidos por agências especializadas, hoje, na prática, qualquer um de nós, nos tornamos desenvolvedor, provedor de mídias e conteúdo.
No momento da busca por informações sobre produtos e marca, 44% pesquisam em mecanismos de busca, 34% consideram as avaliações de usuários, compradores nas páginas de google e facebook; 29% consideram avaliações e recomendações de amigos e 28% consultam sites como o reclame aqui.
Do lado do mundo de negócios, novos modelos surgiram, outros foram aperfeiçoados e, alguns, deixaram de existir. No tocante ao tema varejo, por exemplo, a conectividade e o uso mais intenso de tecnologias vem alterando a forma dos consumidores e shoppers irem às compras.
A mescla entre o físico e virtual, reforçando o conceito de omnichannel, é uma realidade. O consumidor de hoje mais conectados, exigentes e seletivos, curiosos, ávidos por experiência, multimarcas e multicanais, esperam acessar, comprar produtos e serviços em qualquer lugar no momento em que lhe for mais conveniente e prático. E, não fazem nenhuma distinção entre o mundo on e off, o que cria a necessidade de uma abordagem omnichannel.
Pesquisa online realizada entre outubro e novembro pela Connect Shopper e Youpper, com mais de 2.000 consumidores e shoppers, apontam que novos atributos se tornam cruciais para o processo escolha, compra e decisão.
60% dos que dizem comprar também pela internet / apps, o fazem pela praticidade e conveniência.
Na escolha de um produto, 72% levam em consideração o “cumprir aquilo que promete” e “não oferecer riscos (saúde, ambiente). Ou seja, ter um propósito claro, e consistência e coerência na execução / entrega, torna-se fator de “sobrevivência”.
Responsabilidade social, ambiental e econômica são valores apontados por mais de 63% dos respondentes como atributos cruciais que impactam na sua decisão por uma marca (produto ou loja). E neste quesito, citam: não estar vinculado a práticas imorais e ilegais (ex: maus tratos a animais, escravidão, trabalho infantil), tampouco, causar prejuízos ao meio ambiente, ser sustentável, apoiar o desenvolvimento da comunidade local onde a empresa está inserida, entre outros.
Questionados de forma espontânea sobre quais os atributos mais relevantes para uma marca se destacar e fortalecer no futuro (seja de varejo ou produto e serviço), citaram: veracidade, acolhimento e proximidade; diversidade; forte apelo a praticidade e conveniência; feito pra mim; simplicidade. Forte apelo a cooperação e colaboração, tecnologia como meio para otimizar rotinas e processos, para facilitar a jornada do shopper e melhorar sua experiência de compra. Notem que em todo estudo, atributos funcionais praticamente não foram citados.
Estamos falando da nova era. A era 4.0. Uma era pautada por valores como acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência à cooperação, ações inclusivas, empatia, entre outros.
Características estas, inerentes ao universo feminino. Não se trata de gênero, mas sim, estilo de liderança. E é aí que entra o Mulheres do Varejo, um grupo de mulheres, todas atuantes direta ou indiretamente no varejo, com o propósito de promover, construir e disseminar estratégias, ações e boas práticas que propiciem as condições necessárias para fortalecer o papel e ampliar a participação e liderança da mulher no varejo, construindo laços, trazendo mais equilíbrio e inovação à gestão e resultado ao varejo, à economia e a sociedade.
Fonte: Newtrade