Retailtech do empresário Jander Martins ajuda redes a integrar ecommerce e lojas físicas
Na corrida pela digitalização do varejo, a Nexaas não quer deixar o médio varejo para trás. Depois de desenvolver uma plataforma em nuvem que viabiliza a operação omnichannel de clientes como Malwee, Estée Lauder e Dream Store — a loja de produtos licenciados pela Disney—, a startup paulista acaba de fazer sua primeira aquisição, incorporando um meio de pagamentos para operar em marketplaces.
A Nexaas comprou a catarinense Signa por R$ 42 milhões, em uma transação que praticamente dobra o tamanho da companhia, passando de 160 funcionários. Fundada há 17 anos por Franklin Bravos, a startup de Blumenau ajuda a criar o ecommerce para varejistas e oferece uma solução que viabiliza que os clientes possam lançar o próprio marketplace sem incorrer em ineficiências tributárias.
- Na Petz, uma Petlove só em vendas digitais
- Aramis traz Cauã Reymond e prepara marketplace de moda masculina
- Da internet para rua: Mobly aumenta aposta em lojas
“O Signapay faz o split de pagamento, o que permite que os clientes possam escalar um marketplace”, conta Jander Martins, o empresário que fundou e controla a Nexaas. Para que um marketplace funcione, não basta incluir produtos de terceiros no ecommerce, mas viabilizar que o pagamento seja dividido automaticamente, direcionando a comissão para o varejista dono do site e o restante para o seller. “Se esse dinheiro entra na conta da empresa principal, ele é bitributado”, explica.
Para financiar a aquisição, a Nexaas contou com a estrutura de capital de Martins, empresário que começou a carreira na Serpro, estatal federal de tecnologia da informação, e acertou ao criar a Mastersaf, software de soluções fiscais e tributárias vendida à Thomson Reuters em 2011.
Com os recursos da venda da Mastersaf, Martins se tornou um investidor de fundos de private equity — ele é cotista de veículos de gestoras como Norte Ventures e Shift Capital —, mas também compra participações por meio de sua JSMCapital. A empresa de participações tinha como uma das investidas a LinkAPI, vendida no ano passado à Semantix por R$ 100 milhões. O empresário também investiu na Zee.Dog, vendida à Petz, e na própria Signa, agora parte da Nexaas. “Tenho participação em mais de 20 empresas e em vários fundos”, diz Martins.
O Grupo Nexaas é uma holding que inclui, além da retailtech, ativos como Live Capital (uma plataforma de gestão de investimentos), C-One (de gestão tributária) e Fintera (fintech que faz a gestão de contratos e emissão de notas fiscais).
Juntas, Nexaas e Signa ainda são pequenas, com um faturamento da ordem de R$ 20 milhões, mas há uma avenida para o crescimento orgânico: na Malwee, cliente que conta com mais de 400 lojas (incluindo franqueados), a implementação da plataforma da Nexaas ainda está no começo.
Os M&As devem continuar. “A vinda da Signa é o primeiro passo. Estamos de olho em mais dois ativos”, diz Martins, que não abre o faturamento do grupo combinado.