Flávio Rocha, ex-presidente da Riachuelo, falou sobre como o mercado está acompanhando o debate em torno da Reforma da Previdência. Saiba mais

O ex-presidente da Riachuelo e membro do conselho diretivo da empresa, Flávio Rocha (pré-candidato à presidência no ano passado) disse, durante o 7º Fórum Lide do Varejo, que reuniu neste último fim de semana grandes nomes do varejo nacional no litoral sul de São Paulo. Rocha diz que não vê possibilidade de a Reforma da Previdência não passar. Ele destacou ainda a possibilidade de transformar o índice recorde de confiança do setor financeiro, que ultrapassou os 100 mil pontos, em geração de emprego e renda. “Os investidores estão esperando uma demonstração mais concreta de que a reforma passe”, condicionou Rocha.

Ele aponta que o otimismo dos investidores ainda é grande, apesar da frustração no adiamento da votação da reforma no ano passado, duas semanas antes da data marcada. Apesar da confiança do empresário, o mercado deu um sinal de arrefecimento com a queda de mais de 5 mil pontos na Bolsa de Valores depois do embate na última sexta-feira (22) de março, entre o governo de Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Na sexta-feira, Rodrigo Maia disse que o governo deveria articular melhor com o Congresso a aprovação da Reforma da Previdência e criticou o governo por sua atuação à distância, além do excesso de tempo que o presidente da República estaria passando no Twitter. A troca de farpas reverteu boa parte dos ganhos que a bolsa acumulou desde primeiro de janeiro.

Rogério Marinho, secretário especial de Previdência e Trabalho, colocou panos quentes e afirmou que o governo está empenhado na aprovação da reforma, bem como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “Dentro do papel que ele exerce dentro do parlamento faz um alerta pata que nós estejamos atentos ao que é prioridade ao País, o presidente do País tem essa convicção, de que é um tema essencial”, afirmou o secretário.

Economia real
O secretário afirmou que a reforma pode prover recursos para serviços para setores prioritários da economia real, “recuperando investimentos em programas de geração de emprego e renda e infraestrutura. Hoje, os recursos estão comprometidos com pagamento de dívida pessoal e aposentadoria. É necessário se fazer uma reorganização do setor começando com a nova previdência”, avalia.

Questionado sobre a qualidade do investimento que pode chegar ao Brasil, Flávio Rocha não crê que o movimento em torno da Reforma da Previdência seja meramente especulativo. “Hoje nós estamos num patamar mínimo de juro real, isso faz com que os investimentos venham sejam realmente produtivos e de longo prazo”, avalia. “Existe uma liquidez enorme no mundo, que está ávido por investir e o Brasil é um porto preferencial para esse investimento, mas ninguém quer investir num País que tem risco de quebrar”, conclui o empresário.

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, destacou a iniciativa do novo governador do estado, João Doria, de reformar o sistema de previdência no estado, mas cobrou o governo federal para a concretização da reforma do sistema central. “Essa é a oportunidade de o governo em um único esforço concentrado inaugurar um novo momento. Nós, aqui, estamos fazendo nossa parte, criando um grande programa de privatizações, vendendo estatais, mas nada disso valerá se não houver um engajamento nacional, precisamos de mobilização em defesa da Reforma da Previdência. Goste ou não goste desse governo central, que a gente continue apoiando essa reforma. O governo tem legitimidade e força para realizá-la”, avaliou o vice-governador.

 

Escrito Por: Raphael Coraccini
Fonte: Novarejo
“Investidores esperam demonstração mais concreta de que a reforma passe”, diz Flávio Rocha, da Riachuelo
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