A Hypermarcas voltou a procurar um sócio nas últimas semanas, segundo apurou o Estado. Assessores financeiros da companhia, que pertence ao empresário João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, tiveram conversas reservadas nas últimas semanas com as principais farmacêuticas brasileiras, incluindo Biolab, Eurofarma e EMS, de acordo com fontes próximas às empresas. A Hypermarcas chegou perto de um acordo com a americana Pfizer.
As negociações, no entanto, têm enfrentado entraves. No caminho da busca de um sócio, está a situação legal da empresa, considerada delicada por eventuais compradores. Além da recente citação de Funaro, Nelson Mello, ex-executivo de relações institucionais da Hypermarcas, havia dito em 2016 que propinas pagas pela empresa a políticos do PMDB somariam cerca de R$ 30 milhões.
Pesa ainda o porte da companhia, que exigiria um alto desembolso. O valor de mercado da Hypermarcas na B3 (nova denominação da Bolsa paulista) é de cerca de R$ 21 bilhões. Hoje, a NeoQuímica, principal negócio da empresa, é o segundo maior laboratório de medicamentos genéricos do País. Segundo uma fonte, o comprador natural para a Hypermarcas seria a EMS, do empresário Carlos Sanchez, que já é líder do segmento e poderia, com a NeoQuímica, ampliar essa dianteira.
No segundo trimestre, o lucro líquido da companhia foi de R$ 194,9 milhões, alta de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida, na mesma comparação, teve crescimento de 5,6% e ficou em R$ 852,3 milhões entre abril e junho deste ano.
Em comunicado enviado ao Estado, a Hypermarcas nega veementemente quaisquer negociações em andamento sobre a venda da companhia ou de partes de seu portfólio.