Reduzir as perdas no varejo e no atacado, sejam por quebra, furto ou outros motivos, é um grande desafio. Divulgada em setembro deste ano, uma pesquisa da Abrappe apontou ligeira queda no índice de 1,38% (2018) para 1,36% (2019). Segundo a entidade, expectativa do setor é de que a pandemia impacte esses números diminuindo as perdas que em valores reais chegaram no ano passado a R$ 22,44 bilhões. Um número bastante expressivo para um mercado que luta diariamente por competitividade.
Da criação de uma área de prevenção de perdas a adoção de sistemas que contribuam para isso, há uma série de ferramentas que podem ser utilizadas pelo varejo e pelo atacado para minimizar esse problema tão comum a esses setores. Um exemplo de case foi o investimento que o Grupo Koch aplicou no Koch Supermercados. O projeto piloto com o Gatecash, da Gunnebo, em Itapema, litoral catarinense, deu uma boa mostra de que tecnologia aliada a uma gestão de processos gera resultados.
Implantação
Após a implantação do Gatecash, ferramenta de monitoramento que atua integrada ao software de automação comercial da empresa e reúne imagens, vídeos e áudios captados no PDV, o Koch Supermercados reduziu o índice de falta de registros de mercadorias nos últimos seis meses, ocasionando uma diminuição impressionante nas perdas não identificadas (inventário) dos itens, como leite e cerveja, na ordem de 76%. “Sem sombra de dúvida, o Gatecash, além de ser um sistema eficiente na identificação de erros dos operadores de caixa, promove uma ostensividade muito grande junto à equipe da frente de caixa, pois ela sabe que está sendo monitorada via sistema CFTV, além do áudio e registros efetuados no PDV”, afirma Alessandro Ziebell, gerente executivo de Prevenção de Perdas do Koch Ziebell lembra que entre os produtos que mais registravam perdas no PDV estavam cervejas em latas de 350 ml e 473 ml, cerveja Long Neck, leite longa vida, caixas de hambúrguer e steak, água mineral e sacos de carvão. “Na identificação das faltas de registros desses itens, podemos destacar que 80% são por pura falta de atenção dos operadores de caixa e 20% por fraudes, onde alguns deles fazem o atendimento a familiares e seus conhecidos”, afirma o executivo.
Além dos treinamentos, o plano estratégico de prevenção de perdas do Koch Supermercados prevê a revisão dos processos operacionais, que buscam identificar aqueles que mais geram riscos de perdas, como o recebimento de mercadorias e a frente de caixa, além de investir cada vez mais na adoção de tecnologia para promover o adequado controle das operações, como por exemplo, o uso do CFTV com inteligência embarcada, sistema de gestão, Gatecash e Business Intelligence.
Área estratégica
O Koch, segundo Ziebell, aposta cada vez mais no setor de prevenção de perdas e há um ano ele é visto pela diretoria e o conselho de administração como uma área estratégica do negócio. Por isso, haverá investimento em tecnologia de prevenção de perdas. “Após a análise dos benefícios, consideramos o Gatecash muito eficaz no combate às perdas na frente de caixa. Dessa forma, a intenção é implantá-lo em nossas novas unidades, inclusive no modelo atacarejo, onde a perda no PDV é maior em função da venda de grandes volumes de mercadorias”, afirma Alessandro Ziebell.
Até o final do ano, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, o Grupo Koch deve inaugurar cinco novas unidades, entre atacado e varejo, em um investimento de R$ 100 milhões. Outros R$ 30 milhões serão investidos na construção do novo Centro de Distribuição.