Índice se manteve abaixo dos 10% pela segunda vez consecutiva pela primeira vez desde julho de 2015
Em setembro, a expectativa dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses manteve-se em 9,8%, de acordo com estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV). “O maior impacto nas perspectivas é devido à desaceleração dos preços nos supermercados, que animou boa parcela da população”, avalia o professor da IBE-FGV, Paulo Ferreira Barbosa, doutor em Economia.
Esta é primeira vez que o indicador fica dois meses consecutivos abaixo da marca dos 10% desde julho de 2015. “Tanto as expectativas dos especialistas quanto dos consumidores iniciaram movimento de queda em março desse ano. Mas a desaceleração medida em pontos nesse período mostra um impacto relativo mais intenso entre especialistas que entre consumidores”, afirma a economista Viviane Seda Bittencourt, da FGV/IBRE.
Há expectativa de desaceleração da inflação tanto pelos consumidores com menor renda quanto entre os de maior poder aquisitivo. Para os consumidores com renda familiar acima de R$ 9.600, a inflação prevista vem se reduzindo há sete meses consecutivos. Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, essa perspectiva vem se mantendo nos últimos três meses. Para os consumidores com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800, a tendência não é tão evidente e o indicador tem oscilado bastante; enquanto entre os que ganham entre R$ 4.800 e R$ 9.600, a expectativa tem se mantido em torno de 10%.
Considerando-se a distribuição de respostas, a proporção dos consumidores pesquisados que esperam inflação superior a 10% nos próximos 12 meses caiu de 34,7% para 34,3%. Houve aumento da proporção de consumidores prevendo inflação entre a meta (4,5%) e o limite superior de tolerância (6,5%), de 5,3% para 6,7%; e da proporção dos que preveem inflação entre 6,5% e 9,0%, 35,1% para 36,2%.