Modelo de pagamento ficará em testes até abril. Consumidor poderá comprar sem reduzir o limite. Varejista terá maior capital de giro, diz presidente do grupo no Brasil
A disputa entre empresas que atuam no mercado de meios de pagamentos tem exigido uma busca por diversificação de produtos e, como consequência, a tentativa de entrada em novos mercados que gerem uma alavancagem no volume de transações e do dinheiro em circulação. De olho no hábito da compra parcelada por parte dos consumidores brasileiros, a Mastercard se prepara para operar com crediários no varejo brasileiro.
O produto, cuja fase de testes terminará em abril de 2019, tentará ocupar um lugar entre as opções de pagamento em grandes, médias e pequenas redes. Segundo o presidente da Mastercard para o Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, o foco é transformar o cartão em uma ferramenta para o crediário. “Quando o consumidor for escolher a forma de pagamento, ele poderá optar por essa modalidade. A vantagem é que o valor não impactará no limite de crédito dele”, explicou o executivo.
João Pedro avalia que a modalidade deve ter maior aceitação na compra de bens duráveis, como geladeiras, televisores e demais eletrodomésticos e eletroeletrônicos. “Uma geladeira, por exemplo, o consumidor que parcelar em 15 vezes. Poderá usar o cartão e seguirá com fôlego para novas compras”.
O modelo, diz executivo, deve ser mais atrativo para os médios e pequenos, já que dará uma nova opção de parcelamento e aumentará o capital de giro. A previsão é de o que o varejista receberá os valores no dia seguinte à operação, o chamado D+1. “O grande varejista já tem uma margem para oferecer prazos longos de parcelamento. O médio e o pequeno, normalmente, trabalham com até 4 vezes. Vamos ampliar esse espaço.”
A aposta da Mastercard é oferecer a modalidade tanto para quem utilizar o cartão físico como para a modalidade pagamento por aproximação.
Números de 2019 do mercado de cartões
Em 2019, o mercado de meios de pagamento deve atingir a marca de R$ 2 trilhões em transações. O montante virá de operações com cartões de crédito, débito e pré-pagos. O montante ficará acima dos R$ 1,6 trilhão previsto para este ano, segundo as previsões do presidente da Mastercard no Brasil.
Com relação ao volume de transações, a aposta é de que o número seja 15% superior aos 14 bilhões deste ano. Caso seja confirmado, o percentual ficará acima da média de 10% registrada pelo setor nos últimos anos.
Hoje, o percentual de compras utilizando cartões como forma de pagamento é de 35%. O setor acredita que essa fatia pode chegar a 60% em um prazo de cinco anos.