Recentemente fui convidado para colaborar em uma matéria sobre tendências de varejo, onde deveria apontar algumas tendências para o varejo. Em meio a questões que ainda soam ainda com certa desconfiança, mais como enigmas e probabilidades do que certezas, penso que há três que realmente não há como o varejo, ou melhor dizendo, o varejista deixar de olhar, principalmente pensando no mercado brasileiro.
1.) Figital: Não pense em físico ou digital. Seja os dois.
É fato. Ainda tem gente que é só digital, ainda tem gente que pretende permanecer apenas no ambiente físico. Mas por mais que tentem se permanecer alheios ao mercado, é o atual comportamento de consumo que está ditando as regras. Preços e algumas comodidades encontradas no meio digital ainda não são páreos para a experiência de compra, como o ambiente, atendimento ou o “levar na hora” do mundo físico, assim como o contrário também é válido. No mundo atual, estão ganhando espaço (e mercado) aqueles que conseguem criar não somente uma experiência híbrida de consumo, passando por modelos que vão desde os “pick-up stores”, onde o consumidor decide em qual canal ele compra e de qual maneira ele recebe ou retira seu produto, à modelos onde as lojas funcionam apenas como um showroom ou um centro de experiências para as compras virtuais. E vai por mim: Ainda tem gente que tem estoque, departamento, somente para a loja virtual. Antes de pensar no consumidor, pense que a mudança terá de começar de dentro para fora.
2.) Relevância e Engajamento são dois dos ativos mais importantes de sua empresa.
Ainda na mesma onda, um dos grandes resultados da revolução digital, é que se o varejo de ontem era medido pelo número de lojas ou ainda pelo porte das mesmas, hoje não somente a presença, mas principalmente a relevância da marca junto a seu público consumidor e principalmente o engajamento desses com a marca são dois dos ativos mais importantes de qualquer empresa. Empresas que hoje não se conectam ou não conseguem se comunicar adequadamente com seu consumidor, verão suas vendas minguarem nos próximos anos. Isso está criando uma nova revolução no varejo, onde enquanto alguns outrora considerados verdadeiros gigantes do varejo estão caindo, estamos vendo uma série de negócios pequenos prosperarem da noite para o dia e se tornando protagonistas em seus mercados, por vezes, sem a lógica de um ponto, em modelos de negócio como AliBaba, AirBnb, Uber, etc, principalmente por rapidamente entender e oferecer não somente algo diferenciado, mas principalmente algo direcionado ao seu público, entendo suas demandas e oportunidades de mercado. Vender sem entender o porquê não é mais uma possibilidade.
3.) Dados como meio, não como fim.
Você já deve ter escutado o quanto a questão do Analytics, ou seja, da análise aprofundada dos dados é hoje importante para o negócio. Bom, o fato é que só faz sentido obter novos dados se estiver disposto a mexer em seu negócio, da mesma maneira dinâmica como os obtêm. Os dados analíticos, como a taxa de conversão, produtos mais vendidos, vendas não efetuadas, períodos de pico e por aí vai, só fazem sentido ao negócio se a análise dos mesmos criar não somente insights, como demandas e novas oportunidades, mas principalmente tomadas de decisão mais rápidas. Se sua empresa se reúne para verificar o cenário que atua e tomar decisões importantes apenas uma vez por mês, você está andando mais lento que seu concorrente. Se você se reúne toda a semana para o mesmo fim, a situação ainda é a mesma. As marcas precisam empoderar mais alguns departamentos, de maneira que possam rapidamente se adequar à novas questões, e até mesmo aproveitar oportunidades no momento que passam. Dados coletados há mais do que uma semana são como retratos, cenários do passado que possibilitam algumas análises, mas que talvez não permitam tomadas de decisões assertivas no presente. No mundo de hoje, as decisões ágeis precisam ser tomadas no agora, no momento.
Fonte: falandodevarejo
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