2017 fechará como o ano de maior queda no preço dos alimentos desde 1994; desemprego e aumento da produção agrícola são alguns dos motivos
A recessão e o desemprego acompanhados pela supersafra de 2017 estão jogando os preços dos alimentos para baixo. O ano de 2017 se apresenta como o de maior queda no preço dos alimentos desde a implementação do Plano Real, em 1994.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apontou variação no preço dos alimentos de janeiro a outubro deste ano de -2,02%. Levando em conta os 12 últimos meses, a queda é ainda maior: 2,14%. Dos dez meses avaliados até aqui em 2017, sete apresentaram variação negativa com relação a 2016.
O mês de outubro foi o sexto seguido a registrar queda e 2017 já é, também, o ano com o maior período de queda nos preços dos alimentos, empatando com o período de abril e setembro de 1997. O recorde deve ser superado, segundo o IBGE, porque novembro e dezembro devem acentuar a queda de preços.
Supersafra e o preço dos alimentos
O aumento de 27,7% ou 51,6 milhões de toneladas na safra de grãos 2016/17, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), derrubou o preço dos alimentos nas gôndolas. Alguns dos produtos mais comuns na mesa dos brasileiros empurraram o índice de preços para baixo ao longo do ano, entre eles o feijão-mulatinho (-18,41%), alho (-7,69%), feijão-carioca (-3,29%), açúcar cristal (-3,05%), leite longa vida (-2,99%) e o arroz (-1,14%).
A taxa de desemprego em outubro é outra variável responsável pela queda nos preços. O número de trabalhadores desocupados aumentou em relação a 2016, o que reduz a demanda. Confira os dados concretizados do desemprego no Brasil segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio).