Quem é de São Paulo certamente conhece a Joalheria The Graces , possui lojas bacanas e sofisticadas nos Shoppings Paulista, Morumbi , Anália Franco, Plaza Sul e Center Norte. O que pouquíssimas pessoas sabem é que a The Graces era uma loja de Bijoux , nos idos de 1995 quando eu era Superintendente do Shopping Paulista , fui procurado por eles com a intenção de se transformar em Joalheria , no entanto havia alguns entraves:
– O Shopping Paulista já naquela época só entravam lojas e principalmente Joalherias de renome;
– Já tínhamos um bom número de joalherias;
– A loja ficava muito próximo a entrada do shopping sendo uma região desde aquela época de risco;
Ou seja, se levado ao comitê certamente não passaria , precisaria naquele momento de minha parte que eu “comprasse a briga” do lojista. Foi o que fiz , orientei para que tivéssemos um projeto de “encher os olhos” para convencer o comitê , criar pela primeira vez no mercado a figura do segurança específico de loja pago pelo lojista ( hoje muito comum nas lojas e shoppings de luxo ) .Com a minha disposição e crença no projeto do lojista e com a competência do mesmo,tivemos êxito e a então loja de bijuterias virou uma joalheria e a partir daí foi crescendo sua rede e se estabelecendo nos Shoppings acima listados.
Desafios dos custos condominiais dos shoppings no momento atual:
Sabemos todos que os principais custos nos Shoppings São: Energia Elétrica , mão de obra própria e terceirizada e em alguns casos água também . No passado muitos shoppings tinham toda a equipe orgânica, e inegavelmente isso gera muito trabalho, especialização em área que não é o objetivo fim do negócio etc.. , com isso cada vez mais se buscou a terceirização da mão de obra de limpeza e segurança e em alguns casos até da manutenção. Eu particularmente vejo vantagens e desvantagens nos dois modelos, já trabalhei com ambos e não tenho exatamente preferência por um ou outro, o que é inegável que se bem trabalhado a orgânica é mais econômica, cerca de 20% e no mínimo 15% que podem fazer diferença no boleto do lojista.
No caso da Energia Elétrica, além da possibilidade de geradores no horário de pico , onde a energia é mais cara , há a possibilidade de migração para o mercado livre de energia muitos shoppings e redes de supermercados tem migrado para esta opção com reduções bastante significativas e no caso da água temos a opção dos sistemas de descargas a vácuo , o reuso de água e onde possível os poços artesianos.
Se em um shopping que não opta por nada disso, conseguir passar a adotar alguma destas opções o resultado certamente será bastante interessante.
Hora de “arregaçar as mangas”:
Não há duvida que uma boa gestão não só de Shopping, mas de qualquer empresa necessita de Planejamento, Organização, Plano de ação, cursos, palestras, eventos, feiras e etc.
Ocorre que em momentos de crise é preciso um pouco mais ir além, criar novos caminhos, ouvir mais , ir para a linha de frente , “gastar sapato “ , reaprender..
Causa-me desespero me deparar com shoppings com baixo fluxo , muitas lojas vagas e a equipe de gestão trancada na sala só fazendo reunião e reclamando do momento, se esperar sentado obviamente nada acontece ,vamos para a trincheira amigos , vamos nos expor, vamos ao mal ouvir , discutir , reaprender e reinventar.
Lembrei agora de uma frase do Luciano Pires na sua palestra “Meu Everest “ , nestes momentos iniciativa pode ser servir pra nada se não tivermos “ acabativas “.
Abraços.
Por Edilson Mota de Oliveira