Mesmo diante de um cenário de flexibilização as restrições de isolamento em todo o mundo, em meio a pandemia da Covid-19, 70% dos consumidores devem priorizar suas compras de maneira digital e não pretendem diminuir os gastos nas principais datas do varejo até o fim de 2020, quando ocorrem duas grandes datas para o comércio: Black Friday e o Natal. No Brasil, o percentual chega a 86%.
Os dados fazem parte da pesquisa global O Caminho para a Retomada: os Picos de Venda para 2020 Repensados, realizada pela Rakuten Advertising, empresa especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital, que entrevistou mais de 8 mil pessoas durante os meses de junho e julho deste ano.
O levantamento buscou entender quais foram os impactos gerados no comportamento de compra das pessoas diante da pandemia e o que elas esperam para o último trimestre do ano — período de maior expectativa de vendas para o comércio, já que é justamente nestes meses que acontecem alguns dos eventos mais importantes para o setor varejista em todo o mundo, como a Black Friday e o Natal.
Luiz Tanisho, country manager Brasil e VP da operação global da Rakuten Advertising, afirma que as empresas tiveram que acelerar as estratégias de atuação no e-commerce diante pandemia da Covid-19. Neste contexto, as marcas começaram a investir em novas estratégias para alavancar as vendas.
“A pandemia transformou não só a vida das pessoas como a atuação do mercado, que teve que achar novas maneiras para se adequar a um cenário onde o e-commerce virou a bola da vez. No Brasil, temos presenciado uma aceleração muito rápida. Muitas marcas viram-se obrigadas a priorizar suas estratégias de vendas online. Vimos muitos brasileiros optando pelo comércio eletrônico pela primeira vez”, afirma Tanisho.
Impacto da Covid-19 pelo mundo
A pandemia da Covid-19 mudou rapidamente os hábitos dos consumidores que passaram a optar majoritariamente pelas compras online. Neste cenário, muitas pessoas tiveram a sua experiência no e-commerce pela primeira vez, assim como muitos estabelecimentos tiveram que promover uma rápida transformação em suas operações para atender a esta nova demanda.
O estudo indica que apesar de 40% das pessoas terem tido alguma redução em ganhos devido à Covid-19, 87% devem ir às compras no Natal e 57% planejam algum gasto em ocasiões como a Black Friday, por exemplo.
Segundo a pesquisa, 50% dos consumidores em todo o mundo deram preferência por empresas locais durante a pandemia. Observando de perto os impactos em determinados setores, não é uma surpresa que as vendas de viagens tenham tido uma drástica redução (80%), assim como o setor de joalheria (59%) e vestuário/calçados (55%).
No entanto, o segmento de alimentação (refeições prontas) foi o que mais viu o consumidor aumentar os seus gastos (54%), seguido pelo setor de entretenimento digital (45%).
No Brasil, o cenário é bastante parecido com 66% das pessoas gastando mais com refeições prontas e mantimentos básicos. O aumento pela busca por entretenimento digital aparece na sequência com crescimento de 65%, além da alta procura por serviços de restaurantes com entrega delivery (58%).
Mudança de comportamento com compras
A pesquisa também escutou mais de 1 mil consumidores brasileiros e os números indicam uma importante transformação no perfil deste novo comprador, impulsionado pelo cenário da pandemia, ainda muito confuso e sem uma expectativa de melhora a curto prazo.
O primeiro impacto apontou que 73% dos brasileiros passaram a comprar mais no online e 86% disseram que devem priorizar as compras usando dispositivos digitais (notebook, desktop e celular) durante o período de alta no meses de outubro, novembro e dezembro. Este número só é menor do que o percentual apontado pelos chineses: 90% dos respondentes, mas supera o dos EUA (80%), fato de destaque uma vez que o mercado de e-commerce norte-americano é muito maior.
Para este período, 78% dos brasileiros pretendem presentear alguém e 68% aproveitar as liquidações do momento. Entre eles, 31% estão dispostos a gastar em empresas locais.
Segundo a pesquisa, um dado interessante é que o consumidor brasileiro ainda tem uma forte relação com a experiência da loja física. 58% dos respondentes preferem soluções híbridas, que aliam a comodidade do e-commerce com a exclusividade do atendimento e relação com o produto no ambiente físico (pick up from store).
Outro ponto importante é que o brasileiro sofre uma grande influência de compra por cupons e cashback (50%). Além disso, 43% dos consumidores são motivados pelo frete grátis para realizarem sua compra no e-commerce.