Conheça os 3 cases de varejo internacional que melhor usaram Inteligência Artificial até hoje. E é bom lembrar que essa tendência começou ontem
As promessas da Inteligência Artificial voltaram-se para a resolução de diversos pontos de atrito existentes na cadeia de valor do varejo, da gestão de canais à experiência do consumidor, do merchandising ao meio de pagamento, do marketing ao estoque. Para uma tecnologia que começou a ser adotada recentemente, o número de cases de IA existentes no setor é impressionante, a ponto de já termos casos concretos nos quais ela já impactou espetacularmente os negócios para melhor.
Os 10 principais cases da atualidade foram apresentados no Shoptalk, evento que debate o novo varejo e que acontece em Las Vegas (EUA). O evento colocou redes de varejo que sabem usar a Inteligência Artificial: Maha Ibrahim, sócia da Canaan; Tracy DiNunzio, fundadora e CEO da Tradesy; Assin Kumar, co-fundador e CEO da Tophatter; e Frank V. Scorpiniti, CEO da Earthfare.
Em comum, negócios inovadores que investiram no poder da IA para propor diferenciais competitivos e fundamentos sólidos para suportar estratégias de sucesso.
O futuro da IA no varejo
Maha Ibrahim fez a introdução do painel enfocando os 10 cases de melhor utilização da IA no varejo. Claro que a base dos cases consistentemente tem relação com a qualidade da gestão de dados, nos quais as empresas dedicam tempo e dinheiro para extrair o máximo de qualidade possível. Ela afirma que o varejo tradicional está morto e o restante está sendo forçado a mudar por conta de muitos fatores competitivos, entre os quais, consumidores conectados, Amazon, eficiência, personalização, entre outros.
Todos esses fatores compõem um cenário no qual a IA está agora muito inserida em muitas e muitas redes de varejo nos Estados Unidos. Em maior ou menor grau de adoção, mas as lojas e negócios que pretendem se manter no jogo, detém estratégias baseadas na IA e na gestão de dados. A premissa é entender o consumidor sempre é entendê-lo de modo eficiente. Por outro lado, mesmo os investidores hoje valorizam apenas empresas que reorientem sua operação para um negócio baseado em dados. Não apenas no varejo, diga-se. Em todos os segmentos, a demanda é a mesma.
Na visão de Maha, a IA permite desbloquear eficiência e direcionar estratégias de personalização, condições essenciais em um mundo orientado à velocidade.
1. Earthfare: o legado voltado para a inovação
Earthfare é um movimento voltado para comida saudável e orgânica, que já tem 47 anos. Em certo modo, é precursora da onda de bem-estar e vida saudável tão em evidência atualmente. E mais impressionante, a Earthfare, segundo seu CEO, Frank V. Scorpiniti, usa campanhas baseadas em “smartflyiers”, peças digitais que se amoldam às necessidades dos clientes, a partir de direcionamentos captados por uma IA acoplada ao sistema.
Frank também diz que os dados ajudam a orientar continuamente a classificação de categorias e a precisão na oferta de produtos que sejam relevantes para o cliente. “Antes se perdia muito tempo desenvolvendo campanhas sem certeza de retorno. Hoje, com a IA direcionando o smartflyers, o cliente consegue encher o seu carrinho de modo simples, usando a assistência de Daisy, nossa IA, para compreender a sua dinâmica no e-commerce”, comenta o CEO.
2. Tradesy: luxo também se compra com IA
Um marketplace voltado para as mulheres que buscam artigos de luxo e design. Fundada em 2012, a Tradesy já tem 6 milhões de membros que conseguem encontrar os artigos que buscam graças ao poder da Inteligência Artificial, que identifica, classifica e direciona as fotos e imagens de produtos publicados no marketplace para as pessoas.
A Tradesy funciona no formato P2P. Segundo Tracy diNunzio, a plataforma consegue, por meio de sua IA, até mesmo fazer a curadoria das tendências e classificar essas tendências para fazer com que as clientes consigam exatamente o produto que espelha suas necessidades.
A Tradesy já levantou US$ 80 milhões em investimentos para desenvolver continuamente sua tecnologia. Outro aspecto notável da IA é sugerir o preço de venda ideal para facilitar a transação entre as partes. A empresa tem diversas métricas para verificar o sucesso da plataforma: a qualidade das imagens e produtos colocados na plataforma, a quantidade de curtidas que eles recebem, a velocidade da venda, se os produtos estão integrados ao negócio.
3. Tophatter faz o eBay parecer lento
Assin Kumar apresentou seu marketplace, o Tophatter, que representa uma evolução do eBay. Sua empresa já gerou 5 milhões de transações e movimentou US$ 300 milhões em 2017. Seu grande diferencial é usar dados e IA para facilitar exponencialmente uma compra. Por meio da Tophatter, uma busca é uma compra levam 90″, muito menos tempo que o ciclo de venda de uma eBay, que gira em torno de duas semanas! O algoritmo sabe exatamente que a oferta de um produto precisa obedecer exatamente ao momento em que o cliente está presente na plataforma.
A ideia foi tornar o e-commerce uma espécie de “newsfeed” para ajudar as pessoas a economizar tempo e fazer suas compras de modo leve e divertido. “Cada interação é uma trilha de dados e esses dados entram no processo de machine learning, que então faz com que as pessoas vejam cada vez mais o que as interessa sem perder tempo”, comenta o CEO.
A Tophatter tem milhões de itens na plataforma e a IA determina quais itens devem aparecer na newsfeed do usuário a partir de uma busca, por exemplo. O negócio é intensamente focado em dados, justamente para ir ao encontro com as expectativas do consumidor. “Temos um mindset baseado em dados e em torno disso quisemos construir uma experiência mágica para o cliente, prevendo o que ele busca. Queremos continuar a expansão até termos 100 milhões de clientes na ferramenta. Quanto mais clientes, mais dados e quanto mais dados, melhor a experiência é mais gente virá para a plataforma”, concluiu Kumar.