Redes varejistas de moda apresentaram, de modo geral, melhora no desempenho do segundo trimestre devido a um início de recuperação do consumo e, principalmente, à melhoria na gestão de seus negócios. Entre as sete companhias do setor com ações em bolsa que divulgaram seus resultados em agosto, seis citam aumento de vendas neste terceiro trimestre.

Juntas, Renner, Guararapes (dona da Riachuelo), Cia. Hering, Restoque, Alpargatas, Grendene e Arezzo registram um lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 559,4 milhões no segundo trimestre, resultado 26,2% superior ao valor obtido no mesmo intervalo do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 14,3%, para R$ 954,9 milhões.

O avanço, na avaliação das companhias, foi influenciado por um início de recuperação do consumo no mercado interno, mas deveu-se, principalmente, à melhoria na gestão das companhias. Em vendas, de fato, o crescimento foi mais fraco que nos lucros.

A receita líquida total das companhias aumentou 6% no trimestre, para R$ 5,82 bilhões. E a rentabilidade foi favorecida, entre outros fatores, por uma alta de apenas 1,2% nos custos de vendas.

Em seus relatórios de balanço e teleconferências para analistas, Renner, Guararapes, Cia. Hering, Arezzo, Restoque, Grandene e Alpargatas informaram que melhoras obtidas em indicadores do segundo trimestre deveram-se, principalmente, aos ajustes feitos em lojas, estoques, sistemas de distribuição e coleções.

No trimestre, as varejistas de moda relataram uma concorrência menos acirrada, o que permitiu vender mais produtos sem descontos em relação ao ano passado e, dessa forma, melhorar as margens brutas de lucro. As companhias não informaram se fizeram reajustes em preços neste ano.

“O ambiente de promoções muito agressivas, que se viu principalmente no primeiro trimestre, normalizou. Hoje estamos operando em condições quase que normais”, afirmou José Galló, presidente da Renner, em teleconferência de resultados. Ele observou, por outro lado, que os consumidores ainda estão “bastante sensíveis a variações de preços”. O presidente da Cia. Hering, Fabio Hering, também disse que as varejistas de moda fizeram no segundo trimestre menos promoções e deram descontos a um número menor de produtos, tornando o ambiente de competição mais saudável.

O presidente da Guararapes, Flávio Rocha, foi mais enfático ao dizer em entrevista que vê sinais “nítidos” de retomada do crescimento da economia no segundo semestre, com impacto positivo no varejo. Ele observou que, no ambiente macroeconômico, o país reduziu a taxa de desemprego pelo quarto mês consecutivo e mantéma trajetória de queda na inflação e nos juros. Esses fatores contribuem para a melhoria na renda disponível das famílias e favorece o consumo como um todo.

Em relação ao terceiro trimestre, apenas a Cia. Hering informou que espera um resultado mais fraco, com franquias e redes multimarcas preferindo se abastecer mais com as coleções de alto verão no quarto trimestre.

“As encomendas dos lojistas para o terceiro trimestre não foram muito fortes, por isso vemos o período como desafiador. Acredito que os canais tiraram o pé das compras para se preparar e se abastecer melhor no quarto trimestre”, afirmou Frederico Oldani, diretor financeiro e de relações com investidores da Cia. Hering. Fabio Hering acrescentou que a coleção de alto verão apresentada ao varejo neste mês está com uma “receptividade muito positiva”.

A Arezzo espera melhora nas vendas para as redes de franquia e lojas multimarcas no terceiro trimestre, considerando o aumento das encomendas feitas para as coleções de verão.

A Renner, que só trabalha com lojas próprias, informou que as vendas “vieram bem” em julho e que espera um desempenho positivo para o terceiro trimestre do ano. A Guararapes prevê, para o segundo semestre, uma “continuidade da trajetória ascendente” nas lojas Riachuelo. Restoque, Alpargatase Grendene também trabalham com expectativa de melhora no ritmo de vendas ao longo do segundo semestre do ano.

A Arezzo, a Renner e a Riachuelo estão ampliando neste ano o número de lojas, o que favorece a expansão das vendas. A Arezzo abriu 23 lojas no primeiro semestre e espera ultrapassar no ano sua meta de 25 a 30 lojas novas. A calçadista informou que pretende abrir pelo menos cinco lojas da Arezzo em um modelo de franquia mais barata.

A Renner abriu 31 lojas no primeiro semestre e reviu a previsão de abertura de unidades para o ano, de até 65 para, pelo menos, 70. A Riachuelo abriu três unidades no primeiro semestre e espera inaugurar 12 lojas no ano, ante seis no ano passado. A Alpargatas abriu 19 lojas no exterior.

Já a Cia. Hering fechou 19 lojas até junho e informou que pode fechar outras no segundo semestre. A Restoque, que como a Hering reformulou operações, fechou duas fábricas e 26 lojas este ano.

Na contramão dos resultados positivos, a Lojas Marisa informou na noite de ontem um prejuízo de R$ 24 milhões no terceiro trimestre, acima do projetado pelo mercado e 32% superior às perdas de igual período do ano passado. A receita recuou 8,9%, para R$ 711,7 milhões.

 

Fonte: https://newtrade.com.br/varejo/varejo-de-moda-preve-aumento-de-vendas/?utm_source=NEWSLETTER+01+11/08/2017&utm_medium=Email&utm_content=&utm_campaign=NEWSLETTER+01+11/08/2017&utm_term=
Varejo de moda prevê aumento de vendas

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