Ele teria áreas para encontros, muito espaço verde, wi fi gratuito, praças para andar de skate e patins, espaços para games interativos e ouvir música, praça aberta para levar animais domésticos, mini-shows, lojas que separam seu mix por estilo de produto como fazem alguns sites, e cinema com óculos de realidade aumentada.

Estes são algumas características do shopping center ideal, segundo os jovens entre 14 e 18 anos, a chamada geração Z. Difíceis de concretizar, não?

“Eles prezam pelo resgate do ar livre, da natureza mas sem abrir mão da tecnologia”, explica Paulo Secches, presidente da Officina Sophia, empresa que realizou a pesquisa “O shopping do futuro*”, a pedido da Abrasce.

Para a Huayna Perez, responsável pela área de inteligência de mercado da Abrasce, essa é uma geração que já nasceu digital e isso diz muito sobre o tipo de experiência que eles esperam viver no shopping. “É natural que a visão de shopping do futuro para este público seja de um espaço setorizado. Onde cada piso é voltado para um tipo de produto. É assim que eles estão acostumados a comprar na internet. O que eles estão buscando é a praticidade do mundo digital com a experiência do físico”, diz Perez.

Os dados da pesquisa foram conhecidos durante o Congresso Internacional de Shopping Centers. A ideia da pesquisa era investigar o que se passa na cabeça dos jovens brasileiros quando o assunto é shopping center. “Foi um exercício de idealização, o que ronda no imaginário dessa geração”, diz Secches.

Vale lembrar que este público já incorporou a vida online: 56% dos jovens brasileiros compram online (na América Latina esta média cai para 30%). Sendo assim, a experiência física da compra precisa realmente deixar um impacto.

Antes de mais nada, é importante entender os condutores da Geração Z:

– inquietude: eles são pesquisadores naturais, acessam informações sobre tudo;

– customização: estão acostumados a personalizar tudo: desde área de trabalho, Facebook, toque do celular, roupas, calçados, apelido… em busca de autenticidade e diferenciação;

– tecnologia: eles nasceram em ambiente digital e estão acostumados com velocidade, respostas instantâneas, conversa em tempo real. No consumo, eles demandam entregas rápidas e respostas imediatas a suas questões;

– entretenimento: eles cresceram em meio a experiências interativas. Para eles, lazer não é só diversão. Existe o lazer do ócio, do descanso, do nada fazer, e isso também é entretenimento.

– assim como: liberdade (de escolha, inclusive onde vão trabalhar), inovação (valorizam a criatividade aplicada a produtos e serviços), integridade (gostam de checar se valores da marca que vão comprar estão em sintonia com os seus), colaboração (colaboram online, compartilham arquivos, influenciam-se por meio de redes).

 

Para esse jovem, o modelo atual de shopping não é mais suficiente. O próprio significado da palavra “shopping” já não suporta mais o que o jovem espera dele. O termo “Life Center” seria mais adequado.

“Os shoppings do futuro deveriam ser locais onde vou para me relacionar e conviver com as pessoas e não necessariamente comprar”, foi uma frase aprovada por 59% dos jovens da geração Z.

O shopping do futuro deve trazer a natureza para dentro de sua estrutura porém sem abrir mão da tecnologia. Devem ser locais que, antes de tudo, resgatem a vida “ao ar livre” e incentive a convivência.

O lazer deve priorizar cinema, games e música. Já em relação às lojas: 43% dos entrevistados pediu departamentalização por categoria de produto, 42% pediu lojas onde se possa personalizar peças, 39% pediu lojas com provadores digitais, e 27% livrarias com proposta sustentável, com livros virtuais ou impressos sob demanda.

Sobre a área de alimentação, a pesquisa também trouxe insights interessantes. Querem restaurantes de diferentes culturas, cafeterias com espaços de convivência, e restaurantes fast-food com comidas saudáveis e gostosas.

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*A pesquisa completa está disponível para associados na área restrita do site.Clique aqui e acesse!

Por Ticiana Werneck
Fonte: ABRASCE
Recomendado por Edilson Mota de Oliveira.
O SHOPPING QUE O JOVEM BRASILEIRO QUER
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